por uma filosofia dos prefixos
Tenho bastante certeza de que, assim como há uma filosofia da pontuação, deve existir uma filosofia dos prefixos. Uma filosofia dos “des”, dos “pos” e dos “ims”. Não falo da lingüistica (que tampouco conheço). Mas algo como Agambem falando da “passagem sem distância nem identificação” para caracterizar os dois pontos e da virtualidade para referir-se às reticências.
Nesta filosofia, para mim desconhecida, diriam da impotência e da impertinência. Da desconstrução e do pós modernismo. Do ininteligível.
Diriam que impotência não é falta de força ou meios para agir, mas a potência do im. Diriam que sobra potência na impotência, mas que ela está na negação, no que impede a ação.
Diriam que inteligível é uma palavra traiçoeira, que ela parece algo que não é, e a última coisa que ela se parece é com seu significado. Isto porque ela parece trazer um prefixo onde não traz, uma negação onde não tem. O que dizer então de inintelegível, que acrescenta um prefixo numa palavra que já parece ter um? Diriam que ele se torna, a príncipio, a negação da negação e, portanto, a afirmação. Confusão que não dura muito. "Ininteligível" é o tipo de palavra que, na incerteza de seu valor afirmativo ou negativo, nos insere naquelas operações matemáticas de menos e menos é mais; mais e menos é menos. E neste sentido ele é bem mais fiel ao seu significado: ininteligível.
E dentre muitas outras coisas diriam que o pós, associado ao des, não facilita, mas embaralha a escritura da história. Que as artes, depois que aprenderam a falar pós modernismo e desconstrução perderam todo o sentido evolutivo (e o pós não é portanto mais algo que vem depois) para habitarem os escombros de temporalidades múltiplas.
*num breve resumo do ultimo mês: tenho escrito textos ininteligíveis sobre a desconstrução do modernismo. A escrita converteu-se na potência do im.
Nesta filosofia, para mim desconhecida, diriam da impotência e da impertinência. Da desconstrução e do pós modernismo. Do ininteligível.
Diriam que impotência não é falta de força ou meios para agir, mas a potência do im. Diriam que sobra potência na impotência, mas que ela está na negação, no que impede a ação.
Diriam que inteligível é uma palavra traiçoeira, que ela parece algo que não é, e a última coisa que ela se parece é com seu significado. Isto porque ela parece trazer um prefixo onde não traz, uma negação onde não tem. O que dizer então de inintelegível, que acrescenta um prefixo numa palavra que já parece ter um? Diriam que ele se torna, a príncipio, a negação da negação e, portanto, a afirmação. Confusão que não dura muito. "Ininteligível" é o tipo de palavra que, na incerteza de seu valor afirmativo ou negativo, nos insere naquelas operações matemáticas de menos e menos é mais; mais e menos é menos. E neste sentido ele é bem mais fiel ao seu significado: ininteligível.
E dentre muitas outras coisas diriam que o pós, associado ao des, não facilita, mas embaralha a escritura da história. Que as artes, depois que aprenderam a falar pós modernismo e desconstrução perderam todo o sentido evolutivo (e o pós não é portanto mais algo que vem depois) para habitarem os escombros de temporalidades múltiplas.
*num breve resumo do ultimo mês: tenho escrito textos ininteligíveis sobre a desconstrução do modernismo. A escrita converteu-se na potência do im.
2 Comments:
eh sim patita! gostou?
to adorando seus textos!
:*
por onde morte, pequena?
Post a Comment
<< Home