Saturday, July 22, 2006

de um projeto que se gostaria em andamento

(e que se chama pequena morte)


(...) O gozo do corpo – momento final de uma relação. Crescendo de sensações que termina na liberação de todas elas. Estase de todo o corpo. Tempo alto.

O gozo via imagens - ponto alto quando a imagem satisfaz o meu desejo sem que eu a satisfaça. Gozo porque vejo o gozo, gozo porque ela me leva a esse ponto em que a partir dela, posso gozar. Tempo alto de uma imagem sem segredo que, se não me responde, conhece minha urgência e a mim se disponibiliza. Estase emprestada, forjada, apropriada e permitida. Gozar via outro; o fazemos com nossos binóculos, o fazemos com nosso vídeos. (...)

1 Comments:

Blogger Senhora do Entre said...

"O texto de gozo não obedece a uma dinâmica do preenchimento, da satisfação, mas aponta para algo que se situa sempre adiante, sempre mais além, e que, portanto, nunca é atingido, nunca se completa, nunca se satisfaz. (...) Por isso, o texto de gozo é sempre insuportável, sempre colocando em jogo a morte, a perda, a destruição das certezas do sujeito, a ruína de seus alicerces (...)Ora, a morte, bem como a loucura, ocupam esse território, essa outra margem que pode ser apontada, assinalada pela linguagem, mas jamais encerrada numa linguagem. Isso quer dizer que a morte e a loucura são situações que beiram o indizível, o inominável, o intangível; situações às quais o discurso pode aludir, mas que jamais poderá definir, emoldurar(...)

Lúcia Castello Branco, "O gozo na linguagem".

4:18 PM  

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